sábado, setembro 26, 2009

Vandalismo

Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
onde um nume de amor, em serenatas,
canta a aleluia virginal das crenças.

na ogiva fúlgida e nas colunatas
vertem lustrais irradiações intensas
cintilações de lâmpadas suspensas
e as ametistas e os florões e as pratas.

como os velhos Templários medievais
entrei um dia nessas catedrais
e nesses templos claros e risonhos...

e erguendo os gládios e brandindo as hastas,
no desespero dos iconoclastas
quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!


(Augusto dos Anjos)

terça-feira, setembro 22, 2009

Na janela

Eu acredito em Deus, no amor, no poeta, no deserto, no vaso de flores na janela, no batom borrado, no seu olhar marcado e inclusive no passarinho que voou longe e que não pude fotografar.



(Não entendo. Cansei de tentar entender. Peguei os remos do bote e joguei para longe... Vi que a correnteza é mais forte que minhas braçadas.)

sábado, setembro 12, 2009

O Segundo Ensaio

Falávamos do prazer que vem do choro. Ele disse que era alívio. Eu disse que não. Alívio também, mas o prazer está em provar do sofrimento.

-... então, existe dor mesmo num choro de alegria? Perguntou ele.
- Sim a dor sempre está.
- Não está em mim agora. Questionou ele.
- É, não está. Está em mim, o que é quase o mesmo.
- Então começarei a sangrar?
- Em alguns minutos.

terça-feira, setembro 08, 2009

A transfiguração da noite:

Distúrbios e encantos
improvisados na estrada do tempo.

Eu e tu, por aqui.